Pura perda de tempo
Para quê ?
Mas para quê perder tempo com arte invisível vendida a milhões de dólares ?
Perder tempo com instalações ininteligíveis ?
Perder tempo com performances cujo alcance só é alcançado pelo próprio
artista ?
Para quê tornar a galeria de arte um atelier para entulhos vários ?
Para quê produzir telas gigantescas com rabiscos que, em tamanho reduzido,
seriam pontapeados por críticos sem grande paciência para tonterias ?
Para quê inflacionar um pequeno grupo de artistas e esquecer todos os
outros ?
Para quê tornar a arte um negócio como outro qualquer, invadido pelo
marketing e por vendedores da banha da cobra ?
Tudo isto, com que objectivos ?
Será apenas perda de tempo ?
Não seria bem melhor pura e simplesmente voltar aos formatos tradicionais
em arte: Desenho / Pintura / Escultura e ponto final, que não se fala mais
nisso ?
Porque, meus amigos, este relativismo crónico é um valor em si mesmo – mas um valor
negativo, que arrasta as artes visuais para a sarjeta da opinião pública – e com
bastante razão.
. Um calhau de toneladas apresentado como escultura;
. Arte conceptual que passa de ideia a objecto vendável num ápice, a bem das finanças de galeristas, agentes e quejandos;
. Séries de fotografias banais vendidas como arte elevada;
. Fracos discípulos de Pollock que vendem muito, muito bem;
. Arte tratada como um mercado;
. Leilões totalmente irracionais, cheiinhos de manhas para puxar os preços
upa, upa, por aí acima;
. Ricos, muito ricos e absurdamente ricos a tentarem investir em arte, não para a pendurar nas paredes das suas mansões, mas para entrarem no jogo da inflacção galopante e sacarem uns bons milhões ao rico que se segue;
. Esquemas de falsificações de obras de arte que não me parece sejam assim
tão desconhecidas por quem realmente entende de artes plásticas.
Ora, o que tem tudo isto, todo este panorama de gente que lucra com o trabalho
dos artistas sem efectivamente compreender népia dos reais motivos e
inspirações do artista, a ver com ARTE ?
Expliquem-me – estou perdido..
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